Sustentabilidade Agrícola na Amazônia - Machadinho d'Oeste
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Antecedentes

Preocupada com o monitoramento ambiental de médio e longo prazo da pequena agricultura na Amazônia, pesquisadores da Embrapa Monitoramento por Satélite, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) idealizaram um projeto de acompanhamento, por 100 anos, de um número significativo de pequenas propriedades rurais no Estado de Rondônia.


Os pequenos agricultores, jogando com a própria sorte de suas famílias, viviam nas áreas de colonização agrícola da Amazônia um gigantesco experimento agrícola multilocal e multifatorial. Comparado à pesquisa de campo experimental, um número infinitamente maior de combinações e espaçamentos entre café, cacau, seringueira e culturas anuais, por exemplo, estão sendo testados em dezenas de milhares de propriedades em Rondônia. O mesmo vale para todas as dimensões possíveis dos sistemas de produção agrícola: trabalho de solo, manejo de matéria orgânica, técnicas de controle de adventícias, rotações, manejo das pastagens e dos rebanhos, disposição espacial dos cultivos, consórcios e associações culturais, formas de conjugar pecuária e agricultura etc.


Empiricamente, sucessos e fracassos estão sendo avaliados e validados pelos agricultores e pelo mercado. Face a essa realidade, a pergunta inicial da equipe de pesquisadores era: por que não detectar, entre os pequenos agricultores de Rondônia, os sucessos generalizáveis e os exemplos passíveis de representar um avanço social e ambiental? Se a identificação e a avaliação desses sistemas mais sustentáveis de produção exigem tempo e perseverança, esta pesquisa atenderia a essas exigências.


O monitoramento de uma grande amostra de produtores rurais pelos pesquisadores produziria, ao longo do tempo, uma série de dados sobre propriedades familiares instaladas em floresta tropical úmida, capazes de gerar indicadores sobre sua sustentabilidade agrícola. Isso geraria, também, um referencial sobre o desempenho dos diversos cultivos, as influências reais das políticas públicas para a região em termos de fomento, assistência, pesquisa, financiamento, e de como esses sistemas locais reagem às chamadas externalidades. Esse monitoramento poderia fornecer elementos sobre as articulações entre os chamados níveis micro (estratégias locais) e macro (políticas públicas) para a sustentabilidade da agricultura na Amazônia.


A pesquisa teve início há 28 anos na região de Machadinho d'Oeste, no nordeste do Estado de Rondônia. Apesar da instabilidade político-administrativa do Brasil, graças a arquiteturas institucionais das mais variadas com diversos parceiros nacionais e internacionais, cerca de 450 pequenas propriedades rurais têm sido acompanhadas anualmente por imagens de satélite, com diferentes sensores e diferentes resoluções espaciais e temporais, e a cada três anos através de levantamentos de campo. Nesse período, o antigo projeto de colonização agrícola foi emancipado e tornou-se um município. Grandes transformações urbanas e rurais ocorreram. A pesquisa deu origem a seminários, publicações, participações em congressos e diversos programas internacionais de pesquisa e suscitou novas pesquisas científicas, além de servir de base no âmbito de dois doutorados.

 


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