Sustentabilidade Agrícola na Amazônia - Machadinho d'Oeste
Pagina Inicial SAC Equipe

Apresentação

Esta pesquisa pioneira, multidisciplinar e de longo prazo, com duração prevista para 100 anos, começou a ser desenhada em 1982, numa prospecção de campo que realizei na região, com o apoio da Embrapa de Porto Velho, através da pessoa do Dr. Moacir Medrado e posteriormente do pesquisador Paulo Manoel Pinto Alves†. Graças ao seu apoio inicial, à colaboração da EMATER, às parcerias científicas na Amazônia brasileira e aos arranjos institucionais diversos, essa iniciativa produziu muitos resultados e métodos inovadores, como os aqui apresentados.


Muitos duvidaram de uma pesquisa cuja duração proposta seria de um século, apesar da existência de trabalhos similares em outros países da Europa, que mesmo durante as duas Grandes Guerras mantiveram seus dispositivos de coleta de dados. Já são cerca de vinte anos de acompanhamento sistemático da colonização e da sustentabilidade agrícola em floresta tropical úmida, através do monitoramento por satélites e do levantamento em campo de cerca de 250 variáveis biofísicas, sociais, econômicas e agronômicas, em aproximadamente 450 pequenas propriedades rurais dessa região de Rondônia. Trata-se de um acervo único de dados técnicos, espaciais e temporais sobre a agricultura familiar na Amazônia. Neste site encontram-se as principais publicações geradas por diversos pesquisadores, muitas já esgotadas, desde de 1986.


Esse grande número de informações, muitas georreferenciadas e informatizadas, sobre a pequena agricultura, a sustentabilidade dos sistemas de produção em uso e suas tendências apontam para uma evolução lenta, mas positiva da sustentabilidade agrícola na região. A permanência da agricultura nessa região da Amazônia sinaliza para novos horizontes, com redução das queimadas e desmatamentos e ganhos de produtividade e eficiência. A provável ligação rodoviária com o Oceano Pacífico, o asfaltamento da BR-163 e dos acessos a Machadinho d'Oeste via Jarú e Cujubim, a implantação das barragens do Madeira e outras evoluções da infraestrutura de comunicação, energia e informação trarão novos cenários para o desenvolvimento agrícola da região. Ao mesmo tempo, o alcance territorial exacerbado da legislação ambiental está vitimando os pequenos agricultores, colocando em xeque a sua gestão coletiva das reservas florestais e inviabilizando o crédito agrícola, o fomento e a assistência técnica.


O banco de dados que estruturamos na Embrapa Monitoramento por Satélite, sobre cada uma dessas propriedades rurais acompanhadas, reúne histórias de sucessos e fracassos, de diversificação dos sistemas de produção, de profissionalização crescente dos agricultores, dos impactos da evolução da infraestrutura rural e de certa redução da influência das externalidades sobre as atividades rurais. Essa consolidação diversificada do uso e ocupação das terras e do negócio agrícola é muito diferente do deserto estéril e improdutivo que muitos profetizaram nos anos oitenta como sendo uma questão de pouco tempo. Os vinte anos de monitoramento ilustram mais uma pequena história de re-existência e permanência da agricultura em floresta tropical úmida.

Evaristo Eduardo de Miranda – Chefe da Embrapa Monitoramento por Satélite. Coordenador Geral e idealizador dessa pesquisa em Rondônia.

João Mangabeira – Pesquisador do Grupo de Gestão Territorial– GGTE da Embrapa Monitoramento por Satélite – Supervisor trabalhos de Campo

Lucíola Alves Magalhães – Analista do Grupo de Inteligência Territorial – GITE da Embrapa Monitoramento por Satélite – Supervisora de Geotecnologias das informações levantadas.

 


Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa de
Monitoramento por Satélite
Copyright © 1994-2008 - Atualizado em 19-03-2009
Embrapa Monitoramento por Satélite
Av. Soldado Passarinho, 303
Fazenda Chapadão CEP 13070-115 Campinas, SP, Brasil
Fone: +55 (19) 3211-6200 Fax: +55 (19) 3211-6222